SAUDADE
“Estou com tanta saudade de ir à praia e dar aquele mergulho! (Eu nunca ia à praia mas agora, iria correndo se pudesse!)”
“Sabe que sinto falta daquelas reuniões intermináveis no escritório? Ao menos a gente se entreolhava e depois ria muito na hora do café!”
“Tenho saudade até de filme ruim no cinema…”
O oposto também ocorre: zero falta de certas interações, compromissos e atividades. Eventualmente sentindo mais leveza e alívio.
Se você já morou fora de sua cidade, certamente ficou saudoso de ambientes, pessoas e dinâmicas.
Inclusive de alguns que nem gostava tanto. É bastante comum a lembrança ter colorações mais alegres, “o passado cor de rosa”.
Reações tão humanas, características de nossa espécie…
Sentimos falta de pessoas, lugares, atividades e de tradições- das mais cotidianas às mais esparsas.
O almoço de Domingo com os pais, avós, tios. O café semanal com a amiga. O aniversário daquele amigo que fazia sempre grandes festas. O almoço de final ano com o pessoal do trabalho ou colegas de estudo. O Natal.
O prolongamento das restrições nos faz sentir saudade até do que nem era assim tão agradável…
E o isolamento nos deixa frequentemente mais instáveis, emotivos e hiper sensibilizados.
Ótimo !! Está explicado e contextualizado.
E agora? O que fazemos com isso???
Entendendo que precisamos nos manter em distanciamento, restritos e que não temos o poder de definir por quanto tempo mais e de que forma o retorno se dará, se trata de adaptação e criatividade.
Nunca passamos por situação semelhante e especialmente no Brasil, onde temos um clima e a sorte de nunca haver impedimentos incontornáveis para sair, trabalhar, lazer (ou o que for), o desafio é ainda maior.
Em outros países, temperaturas muito frias e problemas de ordem da natureza- tornados, tempestades de neve, de areia, etc, muitas vezes obrigam populações a se manter em isolamento por dias.
Observando com maior atenção, estas pessoas têm reações mais tranquilas e resignadas ao confinamento.
Questão de costume. O mesmo se dá quando, por exemplo, vemos aquele turista desesperado no Rio de Janeiro em Fevereiro (45° à sombra) tentando entender como sobrevivemos.
Há poucos anos atrás- quanto mais velhos somos, maior é o número para a definição de “poucos”, tínhamos que usar de criatividade para o lazer.
Como as opções eram reduzidas, ou se inventava algo ou….se inventava algo.
Se jogava bola em qualquer lugar disponível, brincadeiras eram criadas com poucos recursos e se usava o que estivesse à mão.
Crianças criadas em centros urbanos no passado, foram os pais de de alguns jogos “sem”- eletricidade, material ou mesmo papel e lápis.
Aqueles passatempos de tardes de férias na casa dos amigos ou na estrada, dentro do carro da família.
Sem recursos. Inventados.
Atualmente podemos passar horas em qualquer lugar, em perfeita tranquilidade (e inclusive em silêncio), tendo em mãos um celular.
Tudo isso para dizer que somos tremendamente adaptáveis e está na hora de voltar para o básico, com o beneficio de termos hoje um upgrade fenomenal que é a tecnologia.
Estamos fartos de telas e de distanciamento? Sim, claro !
Quer então desconectar e parar de usar tanta Internet e apps?
Ok, mas será uma opção por maior isolamento e solidão neste momento.
Novamente, existe o mundo ideal e o real.
No real, vivemos a pandemia e suas implicações.
Hoje se usa tanto a palavra “Gratidão”. Sejamos então gratos por termos as inúmeras opções de trabalho, resolução de aspectos práticos da vida, estudo e diversão que a rede nos oferece.
Está tudo bom? NÃO !!!!
Você pode mudar isso? NÃO!!!
Sabe quando essa situação vai melhorar? NÃO !!!
Tem saudades de montes de pessoas, lugares e atividades? SIM !!! (Todos nós. #Tamojunto)
Então, cuide da sua saúde física e mental, ajude a quem puder e use o que tem, sendo grato por isso.
Como no ditado: “Não há bem que dure para sempre e não há mal que nunca se acabe”.
Hoje, aqui e agora.