RESPONSABILIDADE
A pandemia, mesmo com características diferentes em países ou estados, é mundial.
Em cada canto do mundo a ocorrência do mesmo fenômeno, colocando populações inteiras em isolamento, evidenciou nosso entrelaçamento e interdependência.
Veio lá de longe.
Chegou aqui.
E também foi para outros lugares.
Tornou clara a importância de respeitar nossos semelhantes- do vizinho de porta ao habitante de outro continente.
Dependemos uns dos outros e as ações de uns afetam aos demais, para o bem e para o mal.
A tremenda irresponsabilidade de alguns, destruiu outros.
A solidariedade de certos indivíduos, salvou seus semelhantes.
Desnecessário dizer muito mais que isso:
Responsabilidade pelo próximo. Respeito.
RESPEITO
Ato ou efeito de considerar, valorizar e cuidar.
Natural quando pensamos em nossos pais, professores, líderes ou figuras que admiramos.
É automático se estamos diante de sofrimentos, tragédias ou ainda em situações de dominação ou coerção.
E à nós mesmos?
Cumprimos com nossas obrigações, compromissos e necessidades no dia a dia.
Quando liberados, entramos no modo “fim de semana/feriado/férias”- descanso e lazer.
Em princípio, isto seria o equilíbrio entre dever e bem estar, prazer.
Porém, em realidade, é um tanto diferente porque estamos tremendamente ocupados.
“Precisaria que o dia tivesse umas 30 horas para resolver meus afazeres…”
“A semana passa e parece que as tarefas se multiplicam em vez de se reduzirem…”
“Adoraria ter o fim de semana livre, mas o próximo será uma maratona de compromissos familiares e sociais…”
Temos obrigações de trabalho, estudo, responsabilidades diversas e, teoricamente, também cuidamos da saúde física e mental.
Teoricamente.
Meu corpo pede descanso e lhe dou exercícios puxados e isotônicos. (O 1° “porque é saudável” e o 2° “equilibra os sais minerais”).
Minha mente anseia por relaxamento e diversão e a carrego de “conhecimentos importantes” em cursos e estudos.
Preciso de ócio, mas aproveito o tempo livre participando de workshops para me tornar “a melhor versão de mim mesmo”.
Nesse modo tão proativo, corremos o risco de passar por cima das nossas próprias necessidades e vontades.
Sem respeitar corpo, tempo e demandas internas.
Digo sempre “sim”, mesmo quando precisaria dizer “não” ou “em outro momento”.
Não me atendo, não me respeito e isto vai criando um acúmulo de cansaço e insatisfação que pode levar à distorções ou curto circuitos.
Isolados e privados dos compromissos presenciais, experimentamos novas dinâmicas.
Foi uma oportunidade de estabelecer rotinas e atividades guiadas pelo nosso próprio ritmo, necessidades e vontades.
Chance de auto regulação.
Em conexão com sentimentos, pensamentos e emoções.
Observações e perceções individuais, pavimentando um caminho para um maior auto respeito. Quem sabe ?