Saúde mental na pandemia – 3

ADAPTAÇÃO/AMBIENTE

Os primeiros decretos previstos para o início da semana- em 16 de Março- começaram a ser divulgados em um fim de semana, quando muitos estavam passeando, se divertindo e mais distraídos das notícias.

Então para alguns, foi como passar um fim de semana como tantos outros, dormir no Domingo e acordar “meio trancado” na 2a feira.

Ao longo daquela semana as restrições foram aumentando e a circulação de pessoas diminuindo.

Começamos a nos mover dentro de nosso raio de ação, opção e necessidade. Houve quem, vivendo no exterior, retornasse ao Brasil, à sua própria cidade, ou até à casa dos pais, parentes ou amigos por questões práticas ou econômicas.

Então nos demos conta que não havíamos nos preparado para isso. Houve corrida ao supermercados e farmácias. Grandes estoques de papel higiênico feitos por indivíduos assustados renderam muitas piadas na rede.

O ambiente físico onde já estávamos (ou para onde nos mudamos) permaneceu como estava. Nossa casa, apartamento, quarto ou cômodo era o mesmo de antes.

Bonito? Feio? Aconchegante? No meio de uma reforma? Do nosso agrado? O oposto? Não importava, era o que tínhamos para o momento.

Houve quem se debatesse inutilmente com o incômodo, estética ou conforto do local, já que a adaptação não era UMA opção, mas A opção naquele momento…

Aquelas pessoas dotadas de um talento ou temperamento tal, que tornam fisicamente agradável e aconchegante qualquer ambiente onde estão, fizeram isso naturalmente.

Você certamente conhece alguém assim: aquele que faz da mesa do escritório no trabalho, do quarto de hotel ou local temporário, uma extensão de casa. Estes se adaptam mais facilmente.

Mas para boa parte de nós, isto exige um esforço consciente, algum trabalho, aceitação e criatividade.

Juntei dessa vez estes dois tópicos, porque aqui a adaptação envolve o ambiente onde nos encontramos e também o que criamos dentro dele.

Na falta de recursos para “decoração”, ou tendo juízo para nem pensar nisso nesse momento (mesmo que a condição financeira até permitisse), sempre podemos nos adaptar e tornar o ambiente melhor, mais alegre e ao nosso gosto.

A faxina, além de obrigatória, é importante para a circulação. O descarte e doação do que não precisamos ou queremos mais, é bom para o espaço físico e energético. Estarmos submersos em objetos nos atrapalha e limita. E ainda, organizar nosso material de estudo e trabalho é sempre útil.

Coisas que nos trazem boas energias- fotografias, objetos, até aquelas correntinhas de pequenas luzes de Natal guardadas no armário podem ser usadas.

Se voce gosta de ler e de olhar para seus livros como inspirações, pode colocá-los à vista.

Quadros, imagens que sejam agradáveis e tragam alegria podem ser pendurados ou só apoiados nas paredes.

Hoje existe um movimento de “esverdear” nossas casas colocando plantas nos ambientes (“urban jungle”). A visão de plantas é muito terapêutica para alguns.

Aquele objeto querido que traz boas memórias, pode ser destacado.

Mudar os móveis de lugar (esta é dica de arquiteta) pode transformar um ambiente.

Para alguns, simplesmente colar fotos de pessoas queridas, lugares bonitos ou mesmo mensagens motivacionais nas paredes, é de grande ajuda.

E nesse momento mais difícil, e solitário para muitos, encontrar-se em lugar prazeroso se torna ainda mais fundamental.

Já que não podemos trocar a vista de nossas janelas, podemos mudar o ambiente da janela para dentro.

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