PAUSA
Pausas são intervalos necessários para intermediar momentos, parar, relaxar, recarregar e ganhar mais força para seguir.
O pôr do sol é uma pausa entre o dia e a noite, a despedida de um dia e o início de uma noite. Minutos que dividem as 2 partes.
O da foto acima foi tirado na praia de Ipanema ( há “muitos” anos atrás, em Janeiro de 2020…)
No estudo há momentos marcados para sair de sala, comer, estar com os amigos.
No trabalho fazemos isso quando paramos para um café, esticamos o corpo, vamos ao banheiro.
Embora as pausas possam ser cronometradas, sua duração é muitas vezes relativa, subjetiva.
Em momentos cruciais na vida: “Então, doutor, o que viu no meu exame?” “E, aí meu filho, você passou de ano?” “Você ainda gosta de mim?” “O que houve?”
Quantos longos minutos duraram os segundos entre perguntas assim e as respostas?
Por outro lado: os 10 minutos de pausa que o dentista lhe dá antes de voltar a mexer no seu dente, aqueles 20 minutos de intervalo entre aulas puxadas e a parada de 15 minutos na subida de uma montanha, duram quantos segundos?
Momentos de suspensão onde velozmente surgem pensamentos e emoções; em tantas situações na vida, filmes, peças, conversas.
Há pausas planejadas, algumas ao acaso e outras forçadas e compulsórias.
Até Março desse ano, tínhamos uma rotina com alguns curtos intervalos diários e aqueles mais longos em fins de semana, feriados e férias.
Veio então o trancamento radical e há poucas semanas foi iniciada uma reabertura gradual, em fases.
Flexibilizações a serem mantidas, ampliadas ou diminuídas, dependendo dos resultados.
Mas de qualquer maneira, existe um consenso de que, em adição ao 6° mês que se iniciou, ainda teremos mais tempo de (algum) isolamento pela frente.
Sendo assim, aqui podemos e devemos fazer uma pausa.
Forçada, involuntária, inusitada, surreal, inacreditável…Qualquer que seja a nossa definição, ela é real. Assim como é fato a nossa impossibilidade de mudar o panorama geral.
Portanto, voltamos aos 2 pontos já abordados: a paz dos impotentes e a oportunidade.
Já que mudar a realidade está fora da nossa alçada, fiquemos então em paz, aceitando e obtendo o melhor aprendizado possível.
Execuções de tarefas foram para a prateleira, a ação externa está guardada no freezer e evento encontra-se encaixotado no alto do armário. Temporariamente.
Embora frustrante e eventualmente assustador isso não significa projeto inutilizado para sempre, para nunca mais.
A pausa forçada também pode trazer oportunidades para sentir, observar e pensar e então relatos interessantes surgem a partir daí:
“Já quis tanto que o tempo parasse e eu não tivesse que enfrentar certas coisas no dia a dia. E então…”
“O isolamento me fez ver o quanto eu precisava parar…”
“Solto, vivia angustiado ultimamente. Com o trancamento, relaxei…”
“Essa pausa que inicialmente me deixou apavorada, está sendo uma tremenda reconexão comigo mesma. Voltei a dar atenção ao que realmente gosto e preciso fazer…”
“A ausência de demandas externas, de tantos compromissos, me trouxeram uma paz incrível…”
Enquanto cuidamos do necessário e torcemos para que tudo se resolva, outras percepções, descobertas e insights podem nos surpreender.
Assim, estaremos mais fortes, consistentes e auto conscientes quando isso acontecer.