Saúde mental na pandemia – 12

CRIATIVIDADE

Capacidade de inventar, inovar, criar, ter ideias originais ou identificar novas possibilidades vendo além das aparências.

Alguns tem criatividade artística. Outros encontram soluções para problemas de maneira natural, quase automática e tem insights a partir da observação, fala ou do próprio olhar.

Há pessoas naturalmente criativas que tem ideias surpreendentes e de forma espontânea, mas a criatividade também pode ser treinada e desenvolvida.

Pensando que cada indivíduo tem talentos, pendores e interesses, o estímulo apropriado pode trazer à tona alguns que a própria pessoa desconhecia até então.

Se diz que a necessidade é a mãe da criatividade e isso fica bastante claro em algumas situações.

Somos considerados um povo criativo e flexível. E agora que estamos em isolamento social há mais de 2 meses, ambas qualidades se tornam imperiosas.

Se você passou a trabalhar de casa, certamente precisou fazer mudanças na logística, rotina e até físicas no ambiente. Teve que criar esse novo local rapidamente.

Se você ficou sem trabalhar também necessitou de inventividade para ocupar seu tempo e espaço, permanecendo em casa.

Para muitos houve a perda de emprego ou da ocupação, e então tiveram que identificar alternativas para gerar renda.

Iniciativas muito engenhosas aconteceram: DJs fazendo festas para participantes em suas próprias casas sozinhos, pessoas produzindo o que sabem fazer e até trocas entre vizinhos.

Alguns desses movimentos envolveram ganhos em dinheiro diretamente.

Outros não, e aconteceram para divulgar o próprio trabalho ou apenas por diversão.

E estes exemplos podem nos servir de inspiração, já que todos nós precisamos recorrer à criatividade para promover e acompanhar tantas mudanças.

CRIANÇAS

Aqui falaremos de crianças pequenas pois dependem de acompanhamento constante.

As maiores são mais autônomas e também podem se divertir sem o auxílio de um adulto.

Além do amor que sentimos pelas crianças- nossos filhos, de familiares ou de “companheiros de isolamento”, a presença de uma criança em casa é quase uma poção mágica.

Com sua inocência, curiosidade e encantamento com as descobertas, elas têm a capacidade de nos distrair em momentos de muita preocupação.

É lógico que a alegria delas não resolve os problemas ou aflições de maneira permanente, mas alimenta a esperança de dias melhores.

Criar uma criança é sempre uma responsabilidade enorme e especialmente em momentos como o atual, é muito importante voltarmos ao básico.

Além das necessidades de alimentação, sono, higiene e cuidados específicos para cada criança e idade, o suporte emocional dos adultos é fundamental.

Portanto, a saúde física e mental do adulto que cuida da criança também precisa estar em dia para este manejo.

Ou seja, você precisa manter seu próprio bem estar e serenidade para assegurar o dela.

Cuide do seu sono, alimentação e equilíbrio, e quem você cuida irá refletir e reverberar essa saúde.

Neste momento temos o confinamento que pode transformar as crianças em “torpedos energéticos” - a energia física que não foi gasta no parque, escola e brincadeiras está armazenada dentro delas.

É um desafio e hora de usar a criatividade: inventar brincadeiras, culinária, criar pequenas hortas, e até envolvê-las em atividades (seguras) da casa.

Isto não significa estar feliz, querer brincar o tempo todo ou fazer da casa um parque de diversões, mas entender que elas precisam extravasar essa energia (e eventualmente depender de ajuda para isso).

Além disso, criança que dorme permite que os adultos também durmam…

Outro ponto importante é a manutenção de uma rotina para elas.

Sem rigidez excessiva ou simulações do dia a dia de antes porque a realidade mudou- a sua, a delas e a da casa, mas, ainda assim, crianças precisam de rotina para o bom sono, alimentação e regulação.

A rotina estrutura e mantêm a saúde das crianças mais equilibrada e quando isso acontece, o benefício não é somente delas, mas de todos os que estão na mesma casa.

Podemos aproveitar até as dificuldades e mudanças deste momento para fortalecer a parentalidade, o convívio ou mesmo a simples troca com as crianças.

Nós adultos, damos amor e estrutura e elas nos dão leveza, trazem alegria e distração de tantas preocupações.

Pensando assim, podemos nos abrir para isso e imaginar que quando esse momento passar, vamos nos lembrar das brincadeiras (e até da bagunça) com nostalgia pois estivemos ali, junto delas.

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