Saúde mental na pandemia – 11

CORONAVIRUS

Temos enorme quantidade de informações, dados e estatísticas. Alguns são imprecisos, outros contraditórios e até aqueles que são falsos, “fakes”.

Sendo um espaço para questões de saúde mental na pandemia, vamos falar sobre as consequências e associações emocionais à ela.

Quando pensamos ou lemos sobre Coronavirus, quais pontos vêm às nossas mentes e corações?

Imprevisibilidade, imprecisão, incerteza, medo, ansiedade, desconhecimento, ameaça, necessidade de isolamento…

A lista é longa e negativa, mas não podemos ficar parados nela pensando incessantemente na situação atual e/ou possíveis consequências futuras, se não, ficaremos ansiosos 24×7.

Contudo, também não podemos tirá-la da visão panorâmica, dos pensamentos e da realidade.

Lamentavelmente é a razão primeira do que estamos vivenciando.

Hoje, aqui e agora.

Até no que é positivo e prazeroso como lindos shows, aulas, cursos, atendimentos online ou bons momentos onde e com quem estamos isolados, a pandemia é o motivo para isso estar acontecendo. É o pano de fundo.

Nos fechamos dentro de casa pelo medo do Coronavirus e isso nos faz refletir sobre muitas coisas, tendo destaque o controle.

CONTROLE

Justamente no momento em que julgávamos ter tantos recursos e consequentemente controle sobre muitas variáveis- tratamentos para algumas doenças complexas, o tempo no trânsito com o uso de aplicativos, a previsão da economia e até condições climáticas futuras, aparece um vírus miserável que põe o mundo de joelhos trancado em casa…

Nós, seres humanos, necessitamos de controle ou da ilusão deste para nos sentirmos seguros. É instintivo e automático.

Se sabemos o que vem, ou o que devemos esperar, podemos nos preparar e proteger. Quando isso não é possível, podemos nos desestabilizar.

E no momento em que acontece algo dessa magnitude, entendemos que não temos o controle que imaginávamos ter.

É um susto, uma incredulidade muitas vezes acompanhada de perigosas distorções que podem nos levar à soluções “milagrosas”, por mais esdrúxulas que sejam.

Por puro desespero e necessidade de segurança.

Felizmente médicos, pesquisadores, cientistas e autoridades não desistirão de perseguir a vacina, o controle do surto e a cura.

Mas, para quem não está envolvido cientificamente no assunto, cabe o entendimento de que o que se tem a fazer é aceitar a realidade, se proteger física e mentalmente acolhendo consequentes reações emocionais, e tentar ajudar o próximo.

Nesse momento, poderemos até oscilar entre estados de angústia e de calma.

E, entendendo que os que estão à nossa volta também sentem o mesmo, tentar ajudar ao máximo os que sofrem.

CONEXÃO

Na esteira do entendimento da realidade da pandemia e de como isso repercute em nossa necessidade de controle, caminhamos para a conexão.

Primeiramente a auto conexão: da porta para dentro somos só nós mesmos.

Só nós. Mesmo.

Felizmente, hoje temos a tecnologia e a possibilidade de acompanhar as notícias, ter entretenimento e comunicação.

Isto é de grande ajuda mas, de qualquer maneira, temos aqui uma situação e chance de conexão verdadeira, profunda e consistente.

Conosco e com os que nos rodeiam; desde os mais até os menos próximos à nos.

Relatos a esse respeito tem sido bem interessantes; com menos estímulos e demandas externas, agora sem agendas sociais a cumprir, temos a chance de nos auto conectar e regular.

O que me faz bem? Quais são meus próprios interesses? O que gosto de fazer no tempo livre?

O mesmo se dá em relação aos outros. Estamos fazendo boas conexões? De que tipo? Nos sentimos conectados à pessoas que nos fazem bem? Queremos manter essas ligações assim? Aumentar com uns? Diminuir com outros?

Ótima oportunidade para reflexão sobre conexões individuais, com os outros e até com o meio ambiente.

Agora estamos vendo o céu em determinadas cidades, vida animal nos canais de Veneza e na Baía de Guanabara, ouvindo pássaros cantando e até bichos nas ruas.

Então também podemos pensar: o que fizemos com a natureza e o meio ambiente até aqui? E principalmente, o que podemos e queremos fazer daqui para a frente?

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