SER HUMANO
“Expressão mais próxima e perfeita do Criador”, “Uma experiência que não deu certo” ou algo entre as 2 afirmativas?
Difícil dizer…
Sabemos que, em comparação com outros seres vivos, somos bem mais complexos.
Temos um cérebro que nos distingue dos demais animais com a sofisticação do pensamento, abstração, compreensão e raciocínio lógico. (Só para ficar no básico).
Compartilhamos de grande similaridade genética com os macacos. Às vezes quando os observamos, ficamos tão impressionados com as semelhanças das expressões que chega a ser um pouco estranho.
O olhar, parte da movimentação e as reações nos parecem tão humanas…
Porém, possuímos este enorme diferencial: auto consciência, pensamentos sobre nossos sentimentos, ações e emoções. Entendimento, julgamento, planejamento futuro.
Em decorrência disso, temos um desenvolvimento muito diferente dos outros seres.
Algumas de nossas respostas e reações fisiológicas são claramente primitivas; nosso sistema de auto proteção e preservação remete aos primeiros humanos na Terra- sendo, aliás, o que nos fez chegar até aqui.
Contudo, a possibilidade de observação, aprendizagem, decodificação e discriminação que nosso cérebro permite nos separou dos demais seres vivos.
Um cachorro, nasce, vive e morre de acordo com a programação de sua natureza e especificidade.
O mesmo se dá para um pássaro ou sapo.
Mas nós, seres humanos, temos todo um sistema que vai muito além. Pensamos sobre nossas vidas, planejamos, nos comparamos.
Raciocinamos, e isto faz toda a diferença.
Certamente não há pássaros, bois ou cobras pensando na economia mundial ou nos vários efeitos da pandemia, mas nós estamos debruçados sobre tudo isso.
A vivência dos últimos 11 meses trouxe percepções e questionamentos, tanto individualmente quanto a respeito de nossa interação comunitária.
Finalmente entendemos nossa conexão com outros seres humanos: desde a rápida transmissibilidade do vírus até a necessidade de esforço conjunto entre os cientistas de todo o planeta para desenvolver vacinas, passando pela necessidade de colaboração geral para evitar o colapso geral.
Ficou claro que precisamos nos unir para tudo: profissionais de saúde que tratam do corpo e da mente, trabalho voluntário, cursos que aprimoram e dão direção, outros ajudando na parte espiritual ou de relaxamento e as artes que animam e inspiram.
SER (MAIS) HUMANO
A vivência da pandemia, paralisação econômica e distanciamento físico nos apresentou imediatamente 2 pontos:
As discrepâncias sócio-econômicas e a importância de agir para diminuir seus impactos.
Quem teve condições de manter seu trabalho de maneira segura e com menos ameaças, se viu como alguém de muita sorte, mas pode ter parado para pensar:
E se eu não estivesse nestas condições?
E se eu não tivesse essa tranquilidade?
Como é agora (ou poderá ser em breve) para quem não as tem?
Aqui temos o livre arbítrio -uma condição do cérebro evoluído- para tomar decisões a partir de então e também a consciência de cada um.
Em qualquer situação de emergência ou urgência, há quem saia correndo para salvar sua pele e depois continue em casa, deixando de lado os “problemas alheios” e aqueles que ajudam mesmo estando resguardados.
Alguns (felizmente muitos de nós), partiram para ações práticas de auxílio aos mais vulneráveis; financeiro, de trabalho, saúde física e mental.
Vivendo em uma sociedade entrelaçada, entendemos que, o bem estar de um impacta os demais.
Tempos tão difíceis e desafiadores precisam nos trazer entendimentos e aprendizado: meu bem estar é interligado ao bem estar do outro.
Esta é uma das principais características de (ser) um ser humano.
(De: Saúde mental na pandemia- 46)